O luto não é posse,
Ninguém é mais digno
Dele que qualquer outrem.
Luto não é fleuma, ou apatia,
Não se oculta,
Não se reserva,
Não é só para alguns;
O luto não é senhor de seu nariz,
Não é cara de pau,
Não fecha portas,
Nem rostos,
Nem corações,
Muito menos emoções!
O luto é como a Comunhão:
É ter a alma pura e grande,
Consolação e salvação,
Não para santos e beatos,
Mas para os tristes, sós,
Sem rumo e amargurados.
Luto é partilha e encontro
Entre presentes e ausentes,
Próximos e distantes e
Todos os que perdem
Um bocadinho de si,
Na vida que se esfuma,
Na derradeira despedida.
Luto é socorro, conforto,
Um leito onde se deita
A alma atada
Que senão, engole em seco,
E que assim se ergue,
Deferente,
Em gentil reverência,
Perante a grandeza de quem se perde,
Na eternidade
Que hoje se enceta!
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