Thursday 18 May 2023

Banzão

Sopra na floresta,

O manso vento

De dias idos.

 

Vem de longe,

Das matas do Banzão;

Demora-se nas árvores

Do caminho e do passado,

Até vir aqui pousar,

Contar contos

E murmurar.

 

Este arvoredo é outro.

Alto, como catedrais,

A filigrana verde,

Sob céus iridescentes,

Nele mora agora,

O manso alento

De dias queridos.

 

Os vis não têm nome.

São gente pequena que

Nos confisca o ser,

E que, indigna da

Branda palavra falecer,

Teima matar-se para nós,

Até antes de morrer!

Seja! Que se vão!

Deles não reza a floresta e

Já não quero saber.

 

Valem-nos as pessoas que,

De tão grandes,

Ao falecer,

Se dissolvem no universo

E nos abraçam para sempre,

Pois nunca hão de perecer!


Sopram elas

O ameno vento

De dias idos,

Que vem de longe,

Sossegar

E contar histórias de embalar,

Dos pinhais mansos,

Do Banzão e Azeitão!

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