Ouvi hoje o Mark Knopfler a tocar e cantar o Sultans of Swing.
Tanto
se ouvia que nunca lhe prestara muita atenção. Foi refrescante!
Não
importa se é mainstream... É prova que não são precisos 15-20 min. de
solos e choradeiras de guitarra (a fazer render o peixe, como diria o
meu Pai…) para um músico mostrar que é bom guitarrista.
Se não
me engano, Aristóteles dizia que uma obra de arte tem de ter proporção -
foi das poucas coisas que retive da estética. Sempre apreciei música de
ida e volta, até ao middle eight e regresso, daí a minha predilecção
pelos Beatles e pelas melodias bem exploradas e bem acabadinhas,
devidamente moduladas de McCartney – bem se vê que cantou num coro
litúrgico!
Não sei se Sultans of Swing também tem 16 compassos
mas não tem uma nota a mais – nem a menos. É excelência, perfeição,
virtuosismo puro, fluência, soberania.
Um bom músico não maça; um bom
artista, músico, escritor, não precisa de se repetir. Lembrou-me o
Hendrix, Little Wing.