Neste verde
Verão montês, sopra um vento que, decerto, passou pelo mar!
Traz a
frescura da espuma e com ela, o doce
aroma das espigas maduras que ele penteia nos campos aqui atrás, onde se escondem os tímidos veados!
Os caminhos
cobertos de erva têm a maciez chã da areia; os aviões revolvendo o céu,
sarapintado de alvas nuvens qual a orla
das ondas, recordam o rugir do mar.
Flores
silvestres bailam em mil cores, como guarda-sois onde se resguardam abelhas felpuras; de longe, o silvo das máquinas agrícolas
é qual a ronca envolta em névoas no quebra-mar, os motores dos tractores ronceiros têm o vagar e a constância das dragas na barra.
Nas vinhas verdejantes, amadurecem as uvas; cerejeiras
soberbas, framboesas e miúdos morangos silvestres, ruboram e perfumam a orla das frescas veredas na floresta. É uma pródiga abundância rural! Até já há amoras e os cães atiram
com marmelos, maçãs, peras e nozes ainda verdes mas já caídos.
Nesta hora
matutina, chego ao meu lugar altaneiro, onde me aguarda o banco amplo que range
tosco, ao sentar-me.
É um secreto
dia de praia, aqui em cima!
Penso, logo
pasmo. Assim me demoro, como um pescador ante o panorama, pescando nos meus pensamentos que a brisa estival amacia.
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