Wednesday 4 March 2015

Desalinhos do Ser




Que sei eu?...

Não posso ser senão eu
E porém, nunca fui o que sou
Mas nunca fui, nem serei o que queria,
Nem jamais serei de novo o que fui outrora.

Preferia ser igual, fiel a mim mesma mas
Sou desigual, inconstante, transiente 
E ainda assim, cansada de tanto mim.

E entre o ontem e o hoje, estou como sempre, 
entregue a mim própria.
Estou?... Sou, pronto!... Aqui, assim, agora! Ponto.
Como?...
Quem sabe de si, não escreve.
São estas as linhas com que me descoso,
É este, o desalinho que me descreve.

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