Modo Menor
Em vez de cair no
sono,
Mergulhei no
escuro,
Num furacão sem
fundo.
O pesadelo
funde-se com o sonho,
E após a noite em
branco,
Arrasto pelas
horas fora,
A fadiga que
invade o dia.
E assim me dissolvo
no nada,
Outrora espaço,
Antes claro e
agora,
Turvo torvelinho.
Ando à deriva no
Mar cinza e
revolto,
Que invade e
tinge o céu de breu.
Tenho o olhar
surdo, sujo,
Os ouvidos cegos,
A mente dormente.
O ruído venceu a
música,
A náusea, a
alegria,
As trevas vazaram
para o dia.
Quero mas não
posso,
Penso mas não sou,
O que era, já não
é,
Sabia e esqueci.
O ontem subtrai o
amanhã,
Vomito o passado,
No presente,
estou ausente,
Declino o futuro.
Queria apagar-me,
reduzir-me a ser,
Apenas respirando,
boiando,
De olhar suspenso
no ar!
Quiçá assim visse
Passar as núvens e
Volver o sol no azul...